O cruzamento de cachorro não é uma decisão simples. Antes de decidir, você deve pensar bem em qual será o destino dos filhotes que vão nascer. É importante saber se você vai ter tempo e recursos para cuidar deles caso fiquem na sua casa, se eles serão criados por você ou se serão doados, e para quem. Há muitos animais abandonados nas ruas e você não quer ter uma parcela de culpa nisso, certo?
Por isso e também por motivos de saúde, a castração (leia nosso guia sobre o tema!) acaba sendo a opção mais recomendado pelos veterinários. Mas se você está decidido a seguir com o cruzamento de cachorro e arrumar um parceiro para o pet, preste atenção nos cuidados listados abaixo e procure a orientação de um veterinário especializado em reprodução.
Para a sua maior comodidade e também do seu pet, você pode ser atendido em casa por um dos nossos veterinários DogHero (*Consulte a disponibilidade na sua região).
Cruzamento de cachorro: antes do namoro
Antes de chegar ao momento da cruza entre os cachorros, é importante esclarecer alguns pontos para garantir que tomas as decisões garantem a segurança dos animais.
1. A partir de que idade os cães podem cruzar?
Veterinários recomendam que o cruzamento de cachorro só aconteça a partir do 3º cio para as fêmeas e depois dos 18 meses de vida para os machos.
2. A diferença de tamanho é um problema no cruzamento de cachorro?
O melhor para garantir a saúde da futura mamãe é que o macho seja, no máximo, do mesmo tamanho que a fêmea. Isso porque, se o macho for maior que ela, os filhotes podem ficar muito grandes, o que tornaria o parto mais complicado (eventualmente ela pode precisar de uma cesárea) e um desgaste maior da mãe no período de amamentação.
3. É melhor que o cruzamento de cachorro seja com um irmão ou não?
É bom ter certeza de que os pombinhos não têm laços consanguíneos – ou seja, que não são da mesma família. A cruza entre cães da mesma linhagem é uma prática comum entre os criadores profissionais, e tem o objetivo de aperfeiçoar algumas características das raças. Porém, é um processo arriscado que pode gerar filhotes com doenças graves e intratáveis, e por isso não deve ser feito por pessoas que não tenham experiência. Resumindo: deixe isso para os profissionais e encontre um namorado de outra família para o seu bebê.
4. Como saber que meu cachorro está pronto para cruzar?
Saúde sempre em primeiro lugar: é indispensável que tanto seu cão quanto o par façam uma visita ao veterinário para um check-up básico. As vacinas precisam estar em dia, assim como a proteção contra vermes e antiparasitas. Algumas doenças e condições precisam ser observadas nos cães. Se estiverem presentes, é recomendado que o cruzamento de cachorro não aconteça, tanto por prejudicarem a saúde dos futuros papais quanto pelo risco da doença ser passada para os filhotes.
Alguns exemplos de doenças que podem ser contraídas geneticamente: displasia coxofemoral, epilepsia, obesidade, problemas de pele e cardíacos, entre outros. Veterinários também recomendam que as cruzas só aconteçam a partir do do 3º cio para as fêmeas e depois dos 18 meses de vida para os machos.
5. Como apresentar os cães?
O passo final da preparação é socializar o casal. É indicado que eles se conheçam bem, antes até do período de cio começar. A probabilidade de rejeição diminui muito quando eles já estão acostumados um com o outro. O melhor é que essas socializações ocorram no local onde o cruzamento vai acontecer.
Esse é outro ponto importante: o ideal é que o cruzamento de cachorro aconteça na casa do macho, pois ali ele se sente mais confortável, “dono do terreno”. A fêmea também costuma ser menos agressiva e mais receptiva fora do seu ambiente.
Se, por algum motivo, não for possível na casa do macho e for decidido que a cruza vai acontecer no território dela, leve-o lá algumas vezes antes para ele conhecer o lugar e se habituar. A presença de outros machos pode complicar a situação, então deixe apenas o macho escolhido perto da fêmea para evitar brigas.
A lua-de-mel durante o cruzamento de cachorro
Check-up médico feito, parceiro escolhido, fase do namorico passou: tudo pronto para seu peludo virar papai ou mamãe! Não se esqueça: o macho pode cruzar a qualquer momento, mas a fêmea deve estar no cio.
6. Como funciona o cio?
Os cios em cadelas costumam ter um tempo de pausa que varia entre 6 e 8 meses entre um e outro. Cada um pode durar em torno de três semanas (mais ou menos 21 dias). Esteja atento ao comportamento dela e também ciente de que os sinais do cio chegando podem variar individualmente.
Os primeiros sinais do período fértil incluem desobediência, inquietação da fêmea e aumento na frequência de fazer xixi, e outros mais evidentes como a vulva ficar inchada e ocorrência de pequenos sangramentos. Nesse momento os machos já se sentem atraídos, mas a fêmea não deixa a cópula acontecer.
7. Quando as fêmeas deixam os machos se aproximarem?
Elas normalmente deixam o macho se aproximar para cruzar depois da primeira semana. Logo, eles podem ficar juntos depois de 8 ou 9 dias que o cio começou. Os sinais dessa fase incluem a fêmea oferecer a parte traseira para o macho e levantar o bumbum colocando a cauda de lado.
Talvez ela recuse a cópula quando for colocada junto com o macho. Se isso acontecer, pode ser que ainda não esteja pronta para cruzar, então tente de novo no dia seguinte.
8. Devo deixá-los a sós?
Não, é importante sempre estar por perto. Mantenha o ambiente tranquilo para que os animais se sintam à vontade, mas não deixe de supervisionar.
9. Como acontece o cruzamento de cachorro?
O macho costuma ficar poucos minutos “montado” na fêmea. Depois ele desce e os dois ficam virados de costas um para o outro, com os bumbuns “grudadinhos” por até meia hora. Nesse momento é que a fecundação está ocorrendo, então nunca os separe. Tentar afastá-los a força pode machucar seriamente os órgãos íntimos deles. Deixe que se afastem sozinhos e descansem depois disso.
Apesar de todo o processo ser perfeitamente natural e esse período “grudados” ser necessário para a gravidez dar certo, nem sempre os cães entendem o que está acontecendo. Dar apoio nesse momento pode ajudar a acalmar os dois, já que eles podem se machucar se tentarem soltar. Você pode se aproximar e fazer um carinho nos cachorros para tentar mantê-los tranquilos durante esses minutos.
Deixe que eles interajam depois da cruza, mas só permita que iniciem o processo novamente no dia seguinte da primeira tentativa. Geralmente a cadela aceita cruzar com o macho durante 4 dias, e você vai saber que o período fértil dela acabou quando ela mesma não deixar que o macho se aproxime novamente para cruzar. Anote os dias em que as cópulas ocorreram para ter uma ideia de quando a ninhada virá – a gestação saudável de uma cadela dura em média 64 dias, pouco mais de dois meses.
Informações gerais sobre o cruzamento de cachorro
– O cruzamento de cachorro deve ser muito bem pensado. Antes de decidir cruzar seu peludo, pesquise pela sua região quanto você gastaria com tudo que será preciso: check-up, exames gestacionais, o nascimento (inclusive o preço da cesariana, caso seja necessário), alimentação especial, primeiras vacinas dos filhotes etc. Tenha tudo anotado para estar preparado.
– O desmame ocorre entre 30 e 45 dias depois do parto, dependendo do porte dos papais. A combinação da guarda costuma ser que os tutores do macho ficam com um dos filhotinhos, e os outros bebês ficam com os tutores da fêmea.
– Não faça o cruzamento de cachorro em todos os cios. A gestação é um processo muito desgastante e estressante, e a saúde do animal pode ficar frágil se ele não tiver tempo para se recuperar.
– Sempre tome cuidado com a aproximação de machos quando sua cachorra entrar no cio. Se ela cruzar com mais de um é possível, sim, que a ninhada venha com filhotes de diferentes pais, de tamanhos, cores e pesos distintos.
– Fique atento a possíveis problemas no parto, na amamentação dos filhotes e qualquer outro sinal de doença.
– O ambiente de nascimento dos filhotes precisa ser limpo e livre de doenças infecciosas. Tenha certeza de que nesse local não houve nenhum animal com cinomose ou parvovirose nos últimos 2 anos, por exemplo. Os agentes dessas doenças podem sobreviver no ambiente por longos períodos de tempo e causam doenças fatais aos filhotes.
Fonte: veterinária DogHero Ingrid Stein.
8 comentários
Mara Inês
Parabéns pela matéria muito boa tirei todas as minhas dúvidas
Marlene Bonato
Muito esclarecedor o conteúdo da matéria. Parabéns.
Daiane
A matéria é muito boa, gostei bastante, tirei minhas dúvidas.
Muito obrigada
Miriam
Muito bom o conteudo!
Edneise
Muito boa as informações super indico.