O amor que sentimos pelos cães é, sem dúvida, um dos maiores do mundo. Muito mais que um melhor amigo, eles são parte da família. O fato é que os cães vivem menos que a gente e, em alguns casos, precisamos tomar decisões difíceis. Uma delas é quando devemos sacrificar cachorro.
Nenhum tutor quer ter que passar pela situação. Mas o que fazer quando o tratamento, o medicamento ou a cirurgia não são mais solução para prolongar e melhorar a qualidade de vida do cão?
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Muitos pais e mães se perguntam quando chega o momento de realizar a eutanásia no cachorro. É sempre difícil dizer, pois até mesmo entre os veterinários há uma discussão complexa a respeito deste procedimento.
Para que você possa entender melhor do assunto, é importante explicar o significado do termo ‘eutanásia’. Segundo o dicionário, é o “ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis”. Trata-se de um termo derivado de duas palavras gregas, “eu” (boa) e “thanatos” (morte).
Assim, em alguns casos, a eutanásia é sim recomendada.
O que diz a lei sobre eutanásia em cachorro
A Resolução nº 1000, de 11 de maio de 2012, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais:
“Art. 3º A eutanásia pode ser indicada nas situações em que: I – o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos; II – o animal constituir ameaça à saúde pública […]”.
Portanto, destacamos duas como as principais situações nas quais se indica eutanásia em cachorros. Uma delas é a necessidade de eliminar a dor de um cão quando não há mais recursos disponíveis para isso. Também é indicada a eutanásia quando o animal representar um risco para a saúde pública.
Como sacrificar cachorro no Brasil?
Além disso, o CFMV coloca uma série de princípios para nortear os métodos de eutanásia em cachorros. É obrigatória, por exemplo, a participação do médico veterinário na supervisão e/ou execução da eutanásia no animal. Segundo o Artigo 4º (também da Resolução nº1000) é preciso haver, entre outras exigências:
- Elevado grau de respeito aos animais
- Ausência ou redução máxima de desconforto e dor nos animais
- Busca da inconsciência imediata seguida de morte
- Ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade
- Segurança e irreversibilidade
É dever do veterinário, sobretudo, esclarecer ao tutor do animal sobre o ato da eutanásia. Ou seja: explicando que trata-se de um procedimento irreversível e indolor (quando realizado de maneira correta). Além disso, o profissional deve exigir autorização, por escrito, do proprietário legal para a realização do procedimento.
Quando devemos sacrificar um cachorro
Conforme avança a medicina veterinária, cada vez mais recursos se tornam disponíveis. Isso tanto para o tratamento e como em relação às curas de doenças antes letais para os cães.
Em situações em que não há mais chance de cura para uma doença, recomenda-se que sejam adotados os cuidados paliativos, isto é: uma série de atitudes e ações que buscam oferecer conforto e qualidade de vida.
O primeiro cuidado é retirar ou amenizar a dor. Isso porque, muitas vezes, os momentos finais de algumas doenças podem vir acompanhados de muito desconforto. Assim, é uma forma de amor por parte do tutor oferecer o que for possível para que o cão não sofra com isso. E a eutanásia é uma decisão a ser considerada em alguns casos.
Cada profissional tem a sua maneira de agir, mas muitos veterinários só recomendam a eutanásia quando não há possibilidade de tratamento ou de alívio da dor. Inclusive, os profissionais podem sim se recusar a realizar a eutanásia em um cachorro.
Nestes casos, o papel do veterinário é informar o tutor sobre as possibilidades de tratamento para aquela doença, que poderá trazer conforto ou até mesmo curar o cão.
Uma das situações em que os tutores mais optam por sacrificar o cachorro é quando recebem o diagnóstico de câncer. Em muitos casos, já existe uma opinião formada sobre as possibilidades de cura desta doença e não é raro ouvir que nem sempre os tratamentos são efetivos. O veterinário, nesta situação, tem o papel de esclarecer qual o tratamento sugere, quanto poderá custar, as consequências que terá para o cachorro e o prognóstico, a fim de não criar expectativas que não possam ser realizadas.
Como sacrificar um cachorro doente
A eutanásia só pode ser feita por um veterinário e por meio de técnicas cientificamente comprovadas e humanitárias. Assim, existem regras definidas pelo CFMV para realizar o procedimento.
O primeiro passo é insensibilização do cachorro, por meio da anestesia geral. Dessa forma, o cachorro não terá chances de sentir dor durante a eutanásia. Para o procedimento da eutanásia em si, usa-se fármacos que param o funcionamento do coração ou do sistema nervoso central.
Depois de realizado o procedimento, o corpo do animal poderá ser encaminhado para a prefeitura local ou para uma empresa de cremação de animais. Para muitos tutores, a cremação pode ser uma maneira mais respeitosa de se despedir do cão. No mercado já existem diversas empresas que prestam este serviço.
É comum a procura por onde sacrificar o cachorro de graça ou quanto custa realizar a eutanásia em cachorro. Entretanto, é preciso entender que todo o procedimento veterinário tem um custo: da aplicação da anestesia, do medicamento para eutanásia e até a correta destinação do corpo.
Reflita se quem realiza este procedimento de graça está utilizando a forma mais humanizada para aliviar a dor do seu pequeno companheiro. Nem mesmo os serviços oferecidos pelas prefeituras são, em sua maioria, gratuitos.
A Prefeitura do Estado de São Paulo, por meio da Divisão de Vigilância em Zoonoses, recebe animais em sofrimento ou doentes terminais para eutanásia. No entanto, não é de graça. Existe uma taxa de R$188 para realizar a eutanásia em cães. Para saber mais sobre o serviço, o tutor poderá entrar em contato pelo telefone (11) 3397-8900.
Dessa forma, se você tomar a decisão de sacrificar um cachorro doente, escolha um centro veterinário adequado para garantir que o processo não seja doloroso, evitando o sofrimento ainda maior do animal.
Quando a eutanásia não é recomendada
A eutanásia não é recomendada em casos em que não há o sofrimento do animal, em que há chances de cura por meio de cuidados paliativos para que o animal conviva bem com a doença ou apenas para a conveniência do tutor. Sacrificar o cachorro deve ser sempre a última opção.
Se você tem dúvidas sobre qual decisão tomar sobre o destino do seu cachorro, procure um médico veterinário de confiança!
Como viver sem o cachorro?
Preencher o vazio que um cachorro deixa em nossas vidas não é fácil. O luto é parte de nossas vidas e, com a ida do cão, não será diferente. Para saber como lidar melhor com esta situação, conte com o apoio do médico veterinário.
Conversar sobre o assunto pode ajudar muito. Somente vivenciando a morte é que somos capazes de lidar com a perda e dar continuidade a vida. E jamais diga: “eu nunca mais vou ter um cachorro”. Sabemos que isso dificilmente será verdade. Basta ver um filhotinho cheio de vida para que os nossos corações se derretam e uma nova história comece. Pense nisso!
Antes de pensar sequer na eutanásia para o seu cachorro, deve perguntar para si mesmo se com um tratamento veterinário, a atenção de um educador canino ou outras soluções são possíveis.